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Sidney Rocha, escritor cearense, radicado em Pernambuco, lança, durante a programação da Semana do Livro, o livro de contos Guerra de ninguém (Editora Iluminuras). Conversamos com Rocha sobre o processo de montagem da compilação, sua passagem por gêneros literários distintos e o que significa escrever em 2016. O autor conversa com nosso curador, Schneider Carpeggiani, na sexta-feira (2/12). Confira:

SEMANA DO LIVRO DE PERNAMBUCO - Como se deu a seleção dos contos em Guerra de ninguém? Quais as temáticas predominantes? Quais as relações do livro com a sua obra?

SIDNEY ROCHA - O processo de montagem do Guerra de ninguém levou em conta os maiores pontos de tensão e de extensão das histórias na minha mente e do que considero a projeção no possível leitor. As temáticas predominantes são a vida, a morte e o amor, obviamente nunca em estado de repouso ou tranquilidade sonhadas pelos poetas, e se relacionam de modo unitário com toda a minha obra, tanto se considerarmos os livros anteriores de contos – Matriuska e O destino das metáforas – quanto dos romances – Sofia e Fernanflor. Em todos eles há as convergências para uma reflexão sobre a emoção não relembrada em tranquilidade, como queria o poeta romântico, mas construída para desassossegar o provável ou improvável leitor.

SLC - Como romancista e contista, de que maneira se dão as transições, diferenças e pontos em comum entre os gêneros?

SR- Das transições: na atualidade, todos os gêneros convergem, seja a partir de transições suaves ou bruscas, seja por um deliberado mecanismo de ficcionalização de todos os elementos disponíveis. As diferenças não são tanto quanto ao tamanho das histórias e quantidade de personagens, como sugerem as explicações ‘clássicas’ dos críticos e teóricos, mas da complexidade e dos elementos exigidos por eles.

SLC - Para você, o que significa escrever e pensar a literatura em 2016?

SR - Significa pensar e viver o tempo atual, muitas vezes remando contra a maré das facilidades, ou seja, não perder o fio da navalha da crítica e da invenção, que parece menos buscadas nos dias de hoje do que em outras épocas.

SLC - Indique uma obra da literatura brasileira, independente do ano de lançamento, que, para você, é importante ser lida  e posta no debate nestes tempos nossos, na narrativa do presente.

SR - Guerra de ninguém, sem dúvida. Fernanflor, antes.

por PRISCILLA CAMPOS

"NÃO PERDER O FIO

DA NAVALHA DA CRÍTICA

E DA INVENÇÃO"

Em todos eles há as convergências para uma reflexão sobre a emoção não relembrada em tranquilidade, [....] mas construída para desassossegar o provável ou improvável leitor.

Priscilla Campos é jornalista da revista Continente e pesquisa a obra de Enrique Vila-Matas, sua relação com a ideia de geografia, deslocamento e mapas literários. 

Leia esta entrevista também onde está publicada originalmente:

no blog Semana do Livro de Pernambuco - Narrativas possíveis do presente

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